O Grupo de Ações Táticas (GAT) da Guarda Municipal é uma unidade especializada em atuar em situações de alta complexidade, que requerem um nível de preparo tático elevado, como operações de alto risco, controle de tumultos e combate ao crime organizado. O GAT é inspirado em forças de elite da segurança pública, como o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e outros grupos táticos, sendo adaptado às especificidades da Guarda Municipal e suas funções.
SURGIMENTO
O GAT foi criado em diversos municípios brasileiros como uma resposta à necessidade crescente de contar com unidades mais preparadas para enfrentar situações que ultrapassam as funções típicas das Guardas Municipais. Com a expansão do papel das Guardas Municipais, que passaram a atuar de forma mais ativa na segurança pública, surgiu a demanda por grupos treinados para operações de alto risco. Muitas cidades implementaram o GAT nos últimos anos, especialmente em regiões com altos índices de criminalidade e onde as Guardas Municipais desempenham papéis relevantes na segurança urbana.
ATRIBUIÇÕES
O GAT tem uma atuação mais específica e estratégica do que outras unidades da Guarda Municipal. Suas principais atribuições incluem:
Atuação em Ocorrências de Alto Risco: O GAT é acionado para lidar com situações como sequestros, assaltos à mão armada, reintegrações de posse, ações de gangues, e confrontos com criminosos organizados.
Controle de Tumultos e Multidões: Em eventos de grande aglomeração ou manifestações com risco de violência, o GAT é responsável pelo controle e pela garantia da ordem pública, utilizando técnicas de controle de distúrbios.
Apoio a Operações Policiais: O GAT pode atuar em conjunto com outras forças de segurança, como a Polícia Militar e a Polícia Civil, em operações de combate ao crime, como tráfico de drogas, mandados de prisão, e operações de captura de criminosos.
Proteção de Autoridades e Instalações Públicas: O grupo é responsável pela proteção de autoridades em eventos públicos, assim como pela defesa de prédios públicos e instalações municipais em situações de risco.
Resgate e Salvamento: Embora não seja seu foco principal, o GAT pode atuar em operações de resgate e salvamento em áreas de risco, como em desastres naturais ou ações de resposta a emergências.
Ações Táticas de Inteligência: Além do enfrentamento direto, o GAT realiza atividades de inteligência e monitoramento de áreas vulneráveis, auxiliando na prevenção de crimes graves e colaborando na desarticulação de quadrilhas.
COMO INSTITUIR?
A criação de um Grupo de Ações Táticas (GAT) na Guarda Municipal segue um processo criterioso, que envolve estruturação legal, treinamento especializado e integração com outras forças de segurança. Aqui estão os principais passos para sua instituição:
Base Legal: Assim como outras unidades especializadas da Guarda Municipal, o GAT precisa ser respaldado por uma lei municipal ou decreto que formalize sua criação e atribuições. Esse ato normativo estabelece os limites e responsabilidades do GAT, garantindo sua atuação dentro da legalidade.
Treinamento Especializado: A formação de um GAT requer um treinamento técnico e tático rigoroso. Os membros da unidade passam por cursos de ações táticas, controle de multidões, técnicas de abordagem de alto risco, uso de armamentos letais e não letais, além de noções de inteligência e negociação em crises. Esse treinamento é muitas vezes realizado em parceria com instituições como a Polícia Militar, BOPE, ou forças de segurança similares.
Seleção de Pessoal: O GAT é composto por um grupo pequeno e altamente qualificado de guardas municipais. A seleção para o GAT envolve processos seletivos internos, onde os guardas interessados são avaliados em termos de aptidão física, psicológica e técnica para atuar em situações de grande pressão e risco.
Aquisição de Equipamentos: Além do treinamento, o GAT requer uma infraestrutura robusta. Isso inclui viaturas táticas, equipamentos de proteção individual, armas de grosso calibre, sistemas de comunicação avançados, e tecnologia de monitoramento.
Estruturação Organizacional: O GAT geralmente é uma unidade separada dentro da Guarda Municipal, com seu próprio comando e logística, e atua de forma integrada com as demais divisões da Guarda. Além disso, é comum que haja uma integração com as demais forças de segurança da cidade e do estado, facilitando a troca de informações e apoio operacional.
Integração com o Sistema de Segurança Pública: Para garantir uma atuação eficaz, o GAT precisa estar integrado ao sistema de segurança pública municipal e estadual. Isso inclui participar de operações conjuntas e manter uma comunicação fluida com a Polícia Militar, Polícia Civil, e órgãos de inteligência.
Monitoramento e Controle: Assim como qualquer unidade de segurança, o GAT deve operar sob rígidos padrões de transparência e fiscalização. Isso envolve auditorias internas e externas, supervisão de suas ações e a criação de canais para a denúncia de abusos.
A criação de um GAT na Guarda Municipal é um avanço significativo para o fortalecimento da segurança pública em cidades com demandas mais complexas. Entretanto, sua implementação exige não apenas investimento em infraestrutura e treinamento, mas também uma base jurídica sólida e a garantia de que seus membros estão capacitados para agir com responsabilidade e eficiência.
Postar um comentário
Participe